Funmilayo Afrobeat Orquestra cola no Capão com show e oficina grátis, exaltando a força das mina e LGBTQIAPN+ no som pesado do afrobeat.
Com dança, música e resistência, grupo traz o projeto “Afrobeat: substantivo feminino” pra Fábrica de Cultura do Capão Redondo.
Enquanto uns falam, outras fazem. No dia 29 de julho e 2 de agosto, a quebrada do Capão Redondo vai sentir a batida quente do afrobeat com presença, representatividade e identidade no palco e na pista. É a Funmilayo Afrobeat Orquestra que chega com o projeto “Afrobeat: substantivo feminino”, trazendo oficina de dança e um show gratuito que não é só música: é história, luta e voz pra quem sempre foi silenciado.
O corre começa com oficina de dança afrobeat, comandada pela Vanessa Soares, artista e pesquisadora da linguagem afro, que chega mostrando que corpo também é instrumento político. Já o showzão rola dia 2 de agosto, com a banda Funmilayo destruindo no palco da Fábrica de Cultura Capão Redondo. Tudo na faixa. É só colar.
Afrobeat com recorte de verdade
O projeto parte da raiz do afrobeat — criado lá na quebrada de Lagos, Nigéria, por Fela Kuti — mas com um olhar real sobre a presença feminina e LGBTQIAPN+ que ajudou a construir esse gênero desde o começo. É por isso que a Funmilayo dá esse nome: homenagem direta à Funmilayo Kuti, mãe do Fela, ativista braba que botou o sistema contra a parede.
Além dela, outras referências gigantes são exaltadas, tipo a Sandra Izsadore, parceira de militância e som do Fela, e as minas do coletivo Afrika 70 que davam o ritmo, a dança e a voz pro movimento afrobeat. O show revisita tudo isso, mas sem ficar preso no passado — é passado, presente e futuro, com cara de São Paulo, com alma africana, com corpo de resistência.
Som que vem da alma e pulsa na quebrada
No repertório, rola um mix de música africana com jazz, soul, rap, maracatu e highlife — tudo costurado com a identidade das minas da banda. Elas também reverenciam Elza Soares, Alcione e as nigerianas Lijadu Sisters, mostrando que o som é ancestral, mas fala muito do agora.
Entre os sons, tem autoral, tem releitura. Dá pra sentir a força de “Luvemba”, do álbum Funmilayo (2022), e curtir clássicos como “Upside Down” (Sandra e Fela) e “Erora” (Lijadu Sisters). E sim, tem novidade vindo aí: a banda já tá trampando em um novo EP, previsto pra sair ainda esse ano, explorando a relação delas com a selva de pedra chamada São Paulo.
Palco tomado pelas mina
E se liga na formação desse time: 12 artistas em cena — 11 musicistas e 1 dançarina — quebrando tudo e mostrando que o espaço também é delas. O grupo é formado por:
Amanda dos Anjos, AfroJu Zambeleua, Ana Goes, Ana Cruse, Larissa Oliveira, Keyth Felix, Jasper Okan, Priscila Hilário, Rosa Couto, Sthe Araújo, Stela Nesrine e a dançarina Vanessa Soares.
A banda ainda deixa aquele salve reto sobre a marginalização das mulheres e LGBTQIAP+ na música e na sociedade. Mostrar isso no palco é bater de frente com o sistema e plantar semente de mudança em quem tá colando no rolê.
O projeto foi contemplado pela 5ª Edição do Edital de Apoio à Cultura Negra, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. E mais do que um show, é uma aula de ancestralidade, arte e resistência.
👉 Pra saber mais: www.funmilayoafrobeat.com
👉 Segue no Insta: @funmilayoafrobeat
SERVIÇO | Funmilayo Afrobeat Orquestra – Afrobeat: substantivo feminino”
Classificação indicativa: livre
Ingressos: Gratuito
Local: Fábrica de Cultura Capão Redondo
Endereço: Rua Bacia de São Francisco – Conj. Hab. Jardim São Bento – Zona Sul
Show
Data: 2 de agosto
Hora: 19h
Vivência de Afrobeat – Dança com Vanessa Soares
Data: 29 de julho
Hora: 14h30