No corre da quebrada, resistência é diária. E quando a arte se mistura com a vida, a revolução acontece. É nesse clima que chega o documentário “Fábrica de Rimas – Uma Década de Hip-Hop”, mostrando dez anos de caminhada do coletivo sociocultural que transformou Nova Brasília, em Salvador, com rap, graffiti, break e muito corre comunitário.
O lançamento rola na quarta-feira, 1º de outubro, às 18h30, na praça do Loteamento Vila Mar, com entrada 100% gratuita. E pra fortalecer ainda mais a celebração, a 42ª Batalha do EVA chega junto, mostrando o poder da rima na voz da molecada e dos MC’s da quebrada. Quem não colar presencial, pode assistir no YouTube também.
Hip-Hop como ferramenta de transformação
A Fábrica de Rimas não é só cultura, é sobrevivência. Nos últimos dez anos, o coletivo movimentou educação, arte e lazer, sempre puxando a fita da inclusão social, da igualdade de gênero e da cidadania. O trampo já foi reconhecido até pelo Ministério da Cultura como ponto de cultura.
No rolê, passaram crianças, adolescentes, jovens, moradores, artistas e educadores. Nomes como Melissa Oliveira, Ananias Break, Henrique Oliveira e Jorge Hilton fortaleceram a caminhada, junto com vários parceiros que acreditaram que o hip-hop pode ser ponte e não muro.
Teve projeto de formação como o Acelera RAP, teve Sarau Fábrica de Rimas, e até trampo social de impacto na pandemia: a Geladeira Solidária. Grafitada com a mensagem “Pegue só o necessário. Quem tem, bota. Quem não tem, tira”, a ação alimentou mais de 600 famílias em tempos de crise. Isso é hip-hop na prática!
Raízes da quebrada
O coletivo nasceu da visão de Well Santiago (arte educador e jornalista) e Josemar Oliveira, o Sagaz (grafiteiro e artista plástico). A ideia era descentralizar a cultura, tirando o foco do centro de Salvador e levando pras quebradas onde eles vivem.
Hoje, a formação conta com Well, com o MC Eric Lima (L4tro), e com uma força feminina de peso: Deisilene Silva (advogada), Lais Laranjeiras (assistente social) e Lisandra Boaventura (pedagoga). Nada mais justo, já que 60% da representatividade do coletivo é feminina.
Batalha do EVA – Voz da periferia
A 42ª Batalha do EVA é mais que um duelo de rimas. É espaço de resistência, identidade e celebração da quebrada. O nome vem da Estrada Velha do Aeroporto e, hoje, é o único torneio ativo da região.
Com inscrições na hora, premiação em dinheiro e oito vagas pro duelo de MC’s, a batalha mostra o poder da juventude periférica na caneta e no microfone. Como disse Deisilene Silva, a batalha e o doc marcam “uma década de fazer social e cultural que honra nossa história e anuncia uma nova fase”.
Serviço
O quê? Lançamento do documentário Fábrica de Rimas – Uma Década de Hip-Hop + 42ª Batalha do EVA
Onde? Praça do Loteamento Vila Mar, Nova Brasília – Salvador
Quando? Quarta-feira, 1º de outubro
Horário? 18h30
Quanto? 100% gratuito
Online? Canal do YouTube do coletivo
🎤 Porque quando o hip-hop se organiza, ele não só rima: ele educa, alimenta e transforma. Fábrica de Rimas é a prova viva de que cultura é resistência e futuro.