O som que dá voz, corpo e sinal
Diretamente do Distrito Federal, o rapper, intérprete em Libras e produtor Mano Dáblio acaba de lançar o sexto videoclipe da série Cypher Imaterial, um trampo bilíngue, poderoso e inovador que mistura rap, poesia marginal, beats e a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Gravado entre Taguatinga e Guará, o projeto une cinco artistas da palavra e cinco performers-tradutoras surdas, criando uma ponte entre dois mundos que nem sempre se cruzam: o da música periférica e o da comunidade surda.
É arte com propósito, é inclusão com flow.
“A presença das intérpretes surdas é mais que acessibilidade, é protagonismo, é representatividade. Queremos que o público surdo também viva a experiência artística junto com a gente”, explica Mano Dáblio, idealizador do projeto.
Rima, corpo e resistência
Na letra e na voz, a Cypher VI chega com Mano Dáblio ao lado das poetas Fernanda Morgani, Rakel Reis, Estelar e Mihh Black.
Cada artista escreveu e rimou sua própria parte, carregando as vivências, lutas e resistências de quem vem da periferia e transforma a dor em arte.
Do outro lado da cena, as intérpretes surdas Rute Catarina, Ana Cristina, Diego Porttela, Adriana Marques e Dayane Barbosa dão vida ao texto em Libras, performando com corpo, expressão e emoção, mostrando que a linguagem do rap vai além da palavra: é movimento, gesto e presença.
Projeto Imaterial: quebrando barreiras desde 2019
A Cypher VI, Imaterial é mais um capítulo de um projeto que vem transformando o rap em espaço de acessibilidade e representatividade.
Criado por Mano Dáblio em 2019, o Projeto Imaterial já soma cinco videoclipes lançados com diferentes participações de mulheres pretas, pessoas com deficiência, LGBTQIAPN+ e artistas da quebrada.
O trampo foi realizado com apoio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), via SECEC-DF, e mostra o quanto o rap pode ser ferramenta de inclusão social e artística, quando a base é feita de consciência e propósito.
RAP em Libras: quando o som vira sinal
No universo de Cypher Imaterial, a Libras não aparece só como tradução, ela vira parte da estética, da narrativa e da emoção.
Cada performer surdo entrega uma performance visual única, onde a linguagem de sinais ganha ritmo, flow e poesia corporal.
Essa conexão entre som e gesto cria uma experiência inédita: um rap que também se escuta com os olhos.
Mano Dáblio: pioneiro na ponte entre som e acessibilidade
O artista é referência nacional em formatos acessíveis dentro do rap.
Seu corre vem rompendo barreiras históricas, mostrando que a cultura hip-hop pode, e deve, incluir todas as vozes, corpos e expressões.
Com o Cypher VI: Imaterial, Mano Dáblio reafirma o papel da arte como ferramenta de resistência, inclusão e transformação.