Brisa Flow e Ebony chegam com tudo em Goiânia no BRABAS Festival, o maior corre do hip hop feminino do Centro-Oeste

BRABAS Festival: palco de resistência, quebrada e representatividade

Nos dias 5 e 6 de julho, Goiânia vai tremer com a segunda edição do BRABAS Festival, no tradicional Centro Cultural Martim Cererê. O evento chega mostrando que o rap tem voz fora do eixo Rio-SP e que o centro-oeste tá no corre — com protagonismo feminino, trans, indígena e periférico.

Com um line-up 100% feminino, o festival não é só música: é resistência, é grito, é construção. É a chance de ver de perto duas gigantes do rap nacional fazendo história pela primeira vez na cidade: Brisa Flow e Ebony. E o melhor: de graça pra quem é da Lista Trans, Mães e Indígenas.

Brisa Flow: ancestralidade e inovação direto pro palco

No sabadão (5), quem pisa pela primeira vez no solo goiano é Brisa Flow, rapper, cantora e produtora mapuche, que vem misturando rap, R&B e sons experimentais. A mina traz na bagagem sons que falam de ancestralidade, identidade indígena e resistência.

Se liga no trampo dela, tipo o single “Rosas Brancas”, que chega com letra forte, flow firme e produção pesada. É arte, é política, é quebrada — tudo ao mesmo tempo.

Além da Brisa, o dia ainda tem DJ La Princess Mila, a braba Kaemy (campeã do Duelo Nacional de MCs 2023) e a discotecagem de Iara Kevene. Só mulher braba mesmo, sem massagem.

Ebony: acidez, rima afiada e provocação no domingo

No domingo (6), quem fecha os trabalhos com chave de ouro é EBONY, outra estreia marcante na cidade. Com seu estilo direto, ousado e provocador, ela ganhou atenção ao cutucar pesos pesados do rap, como Filipe Ret, BK, Djonga, Baco e L7nnon, na faixa “Espero Que Entendam”.

O corre dela é de quem chegou pra falar verdades e cobrar posicionamento. Não tem papas na língua e bota o dedo na ferida, rimando sobre racismo, machismo, sistema e hipocrisia.

No mesmo dia ainda sobem no palco Lilian Preta, Rakel Reis, A Fúria & Anny Di, e um feat poderoso entre a Madrinha Odara e a cantora Lara Evelin. É pra sair com o peito cheio e a mente inquieta.

Muito além da música: educação, cultura e acolhimento

O BRABAS Festival é mais que palco e microfone. Ele invade as escolas, periferias e comunidades com oficinas gratuitas de graffiti e breaking. Nessa edição, tem Oficina de Graffite com a artista Looh e Breaking com a b-girl Paulinha, direto pro Colégio Estadual Jardim Cascata, na quebrada quilombola de Aparecida de Goiânia.

E ainda tem mais: o festival se preocupa com acessibilidade real. Tem fraldário, espaço de amamentação, distribuição de absorventes e ingressos gratuitos garantidos pra pessoas trans, mães solo e indígenas. É respeito com quem constrói cultura de verdade.

Um movimento que fortalece o hip hop e a vida

A real é que o BRABAS Festival é mais que evento. É um movimento. Um corre coletivo que fortalece a cultura hip hop feminina, trans, indígena e LGBTQIA+. Um palco onde quem sempre foi silenciado agora rima alto, dança forte, pinta mural e ocupa espaço.

Nas palavras da produtora executiva Kauara Sousa:

“É um orgulho pra nós mulheres construir um festival fora do eixo Rio-SP. O hip hop goiano tem identidade, tem força, tem resistência. Aqui também se faz cultura, e das brabas.”

Sobre o Instituto Cultural Vale

O festival só rola graças ao trampo do Ministério da Cultura junto com o Instituto Cultural Vale, maior apoiador privado da cultura no Brasil. Desde 2020, já somam mais de R$1 bilhão em apoio a mais de 800 projetos em todo o país, com foco em acesso, pluralidade e fortalecimento da economia criativa.

Saiba mais: www.institutoculturalvale.org

Serviço – BRABAS Festival 
📅 Data: 5 e 6 de julho
📍 Local: Centro Cultural Martim Cererê – Tv. Bezerra de Menezes, St. Sul, Goiânia – GO
🕕 Horário: Das 18h às 22h
🎟️ Ingressos, Lista Trans, Lista Mães e mais informações: @brabasfestival no Instagram

 

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