Oruam na capa da Dazed: o trap favelado conquista o mundo

Oruam, um dos principais nomes do trap brasileiro, acaba de conquistar um espaço inédito: a capa da icônica revista britânica Dazed. Em um editorial carregado de estilo, atitude e identidade periférica, o artista carioca leva a Favela para as vitrines internacionais da moda e da cultura pop.

A presença de Oruam na Dazed representa muito mais do que uma conquista individual — é um marco para o movimento RAP no Brasil, que vem se consolidando como voz legítima da juventude preta, favelada e criativa. A publicação, conhecida por lançar tendências e valorizar expressões culturais autênticas, reconheceu em Oruam não apenas um músico, mas um símbolo.

Vestindo grifes e ostentando sua estética própria — com o olhar firme de quem venceu o impossível — Oruam traduz em imagem tudo que sua música representa: luta, vivência, superação e beleza negra. Sua presença na revista reforça uma virada histórica onde o centro do mundo da moda e da cultura volta os olhos para as margens — e reconhece nelas potência.

Se antes as grandes revistas internacionais eram território inalcançável para artistas das favelas brasileiras, hoje, com Oruam na capa da Dazed, o jogo vira. É a consagração de uma trajetória que começou no corre, ganhou os streamings e agora estampa vitrines globais. E o melhor: sem perder a essência.

Não tem como eu ver o Oruam estampando a capa da Dazed e não me emocionar. Ver um cria, um preto favelado, ocupando esse lugar de destaque global é como enxergar o reflexo de várias gerações que lutaram pra sobreviver e se afirmar. É sobre mais do que moda ou música — é sobre presença, sobre existir num espaço que historicamente nos negaram.

A conquista do Oruam não é só dele. Ela carrega a cara dos nossos amigos, das nossas mães, dos nossos corres diários. Quando um de nós chega lá, abre caminho pra muitos outros passarem. E eu, como artista e comunicador preto, vejo nisso um chamado: continuar produzindo, resistindo e celebrando cada avanço. Porque cada vitória como essa é um grito que ecoa das quebradas pro mundo.

 

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