Poesia que Transborda, Transforma: dez anos rimando liberdade nas quebradas

Mano, se liga nessa caminhada que é puro soco de realidade misturado com afeto. Num tempo onde o silêncio era quase regra e o grito da quebrada vivia sendo engolido pelas estruturas, nasceu uma parada sinistra chamada “Poesia que Transborda, Transforma”. Quem puxou essa ideia foi o Preto Lauffer, e já se passaram dez anos de um trampo que vai muito além de oficina de escrita, é tipo um quilombo de palavra, uma goma onde a escuta é radical e a resistência é poesia pura.

O ponto de partida foi lá em Laguna, mas mano… a palavra ganhou perna ligeira. Hoje já são mais de cinco estados e vinte cidades na conta. Passou por escola pública, por quilombo, por aldeia, por instituição de acolhimento, por praça, por biblioteca… E em cada parada, uma certeza: a palavra é território de liberdade. A gente planta verso e colhe autoestima, tá ligado?

Nesse corre de uma década, mais de mil vozes tiveram espaço pra falar alto: “eu sou”, “eu penso”, “eu tô aqui”. Criança preta que nunca tinha lido um poema de alguém com a mesma cor descobriu que a poesia pode morar no mesmo barraco, andar na mesma viela. Molecada das quebradas, até das unidades socioeducativas, entendeu que a literatura não é só coisa de branco engravatado ou playboy de faculdade, não. Ela mora no rap, na reza da vó, na gíria, na dor e na esperança do nosso povo.

E olha só: o projeto virou até documentário premiado. Daqueles que fazem a gente chorar e sorrir junto, vendo no telão a potência de um corre feito na raça, no afeto, sem grana, sem patrocínio top, mas com muita fé, escuta e fogo no olho. Porque no final das contas, mano, escrever é ocupar espaço. E espaço, nós aprendemos a tomar.

A real é que o “Poesia que Transborda, Transforma” não parou. Não virou museu de lembrança não, tá? Segue vivo, pulsando, rimando, criando brecha onde só tinha muro. Porque a palavra ainda vai florescer muito mais nas quebradas, com tinta, sangue, suor e sonho.

E você não tá ligado no mar felicidade que tenho em ter esse mano aqui no Rap no Movimento com a gente, fortalecendo a nossa cultura e salvando vidas.
Preto Lauffer, é exemplo de pessoa, e pessoas assim é que precisamos a frente desses rolês, pessoas que você fazem pela quebrada, pela cultura, pelo nosso povo preto.

Gratidão!

 

 

 

 

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