É estranho, né?
Você compartilha uma vitória, uma conquista suada, um momento de paz… e o silêncio responde.
Poucos curtem, quase ninguém comenta.
Parece que a felicidade incomoda mais do que inspira.
Mas basta um desabafo, um lamento, uma ferida aberta em forma de palavras…
e pronto: as curtidas brotam, os olhos se voltam, os comentários aparecem.
É como se a dor fosse o que realmente atrai a atenção.
Talvez seja empatia, talvez seja curiosidade…
mas muitas vezes, parece ser prazer disfarçado.
Um gosto amargo por ver o outro caído,
porque isso, de alguma forma, faz alguns se sentirem melhor.
Tem gente que não suporta ver o outro sorrindo,
porque o sorriso alheio escancara as próprias frustrações.
A alegria do outro vira espelho da infelicidade que tentam esconder.
Então preferem ver a queda.
Se compadecem? Às vezes.
Se alimentam? Frequentemente.
Vivemos tempos em que a dor virou espetáculo,
e a felicidade, provocação.
Se você mostra que tá bem, “tá se achando”.
Se mostra que tá mal, “finalmente virou gente como a gente”.
Mas a verdade é que todo mundo sente.
Todo mundo sangra, todo mundo sorri.
A diferença é que alguns torcem pra você levantar,
enquanto outros preferem te ver no chão, só pra se sentirem menos sozinhos na miséria deles.
E ainda assim, seguimos.
Postando alegrias que ninguém celebra.
Chorando em palavras que viram entretenimento.
Talvez um dia, a gente aprenda a aplaudir vitórias alheias com o mesmo entusiasmo
que hoje se dedica a observar quedas.
Até lá, sorria sem pedir permissão.
E chore, se precisar. Mas não por likes.
Por verdade.